tag:blogger.com,1999:blog-88902291115370454202024-02-07T02:36:02.572-08:00A força do silêncioMozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.comBlogger79125tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-2281267379892088382016-07-15T20:28:00.000-07:002016-07-16T08:05:56.877-07:00Um não às 4h48?<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O dia a dia é dolorido. Mais dolorido, porém, é descobrirmos que essa rotina mordaz é consequência... nossa só. Já percebeu que ela não dói devido a seguirmos um roteiro pronto? É bem o contrário: dói se concretizamos uma fuga.</span></span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">O diferente é quem mais se machuca. Na moda, você recebe elogios; na onda, você possui muito companheiro. Fora das rádios populares? As críticas e a solidão subsequente aos olhares de reprovação. Afinal, por que soar em acorde contrário ao padrão de três?</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ao fugir da autoajuda, novo impacto: pessimismo, descrença. Um erro? Uma pancada! Outro erro? Outra pancada. Um acerto? Ué, é obrigação! – a qual curiosamente depende da... alheia interpretação?! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Ai se méritos fossem escancarados como falhas são!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Arrisque precisar de alguém, se tiver coragem: cada um na sua caverna se fixa! Anuncie um pote de ouro: todo mundo passa a ser sol. A gangorra pesa, novamente, à alheia interpretação, como defendeu o músico: "De onde menos se espera / dali mesmo é que não vem".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Sei: até dentro dos padrões alguém pode estar fingindo. Falsetes falsos são fáceis de fazer! Só que esta crônica gira em torno das exceções, sabe.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #f3f3f3; font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">E é exceção quem reconhece nossa humana caminhada triste, dolorida.</span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-57120652677707255942016-02-04T04:35:00.000-08:002016-02-04T04:35:25.593-08:00Infelizmente, comum<div style="text-align: justify;">
Imagine que você está estudando uma disciplina qualquer, por exemplo gramática. Após ler a teoria e perceber que não compreendeu todo o conteúdo, você relê a matéria com atenção redobrada; após encarar os testes e perceber que errou algumas respostas, você corrige tais exercícios com rigor diferente. Dá um trabalhinho, mas essa é uma técnica que bastantes estudantes adotam; poderia, inclusive, extrapolar o universo estudantil e pairar sobre o mundo trabalhista. Evitaria aborrecimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Infelizmente, a solidez vive longe das atividades profissionais. Passou da hora de os cidadãos perceberem que um erro pode ser devidamente superado se um pedido de desculpas rolar e uma empreitada rumo ao acerto for instaurada. O problema é que mesmo quem conhece essa lógica não age assim. Meu condomínio ilustra bem esses ambientes de oba-oba. Recentemente, um dos funcionários transgrediu uma norma interna, o que me gerou certo transtorno. Quando reclamei, o síndico quis engrossar o tom e argumentar que EU estava errado, isso porque fui incisivo em minhas queixas. Eis uma tática famosa de quem tentar driblar as próprias faltas, só que tapetão pra cima das minhas reclamações não rola.<br />
<br />
Ou não rolava. O contexto de fuga das responsabilidade é tão comum que a vontade de exigir passos corretos vai sumindo. Constantemente, ouço pessoas que passaram a ser mais pacientes ao decorrer dos anos, e o incrível é que nem todas atingem esse estágio devido a "amadurecimento". Muitas simplesmente percebem que desejar que certos profissionais sejam justos parece desejar que esses profissionais viajem a uma guerra, ou seja, ele fará de tudo para evitar. Obviamente, não estou defendendo que trabalhador seja escravo, subserviente. A percepção correta é: quando piso num tablado, vou dar a melhor aula que eu conseguir, pois isso é o <i>melhor</i> para o <i>coletivo</i>. O médico deveria ser assim, o porteiro, o cobrador, o advogado, o síndico...<br />
<br />
Friso que não quero dar lição de moral. Já errei no meu dia a dia e guardei um nó gigante quando não consegui me desculpar ou corrigir a falha. Concordemos, porém, que não é necessário sorrisinho cordial (falso) para cumprir-se uma norma que ajudará todo mundo que estiver envolvido. O mesmo sorrisinho não vai rolar após algum incompetente atrapalhar nosso dia a dia. Você logicamente se irrita quando não entende a matéria ou erra o exercício, lá na gramática, mas evolui quando corrige os tropeços estudantis e prova qualificação. É tão difícil ser assim no mercado de trabalho também?</div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-49739086993281269502016-01-21T07:18:00.000-08:002016-01-21T13:16:10.068-08:00A dança dos deuses (movimento 1)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Seria no mínimo ingênuo acreditar que futebol são apenas 22 malucos correndo atrás de uma bola e... nada mais. Não é bem assim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Basta observar algumas das rivalidades mundiais para comprovar a amplitude sociológica por trás de uma partida de futebol. Na Escócia, por exemplo, Celtic e Rangers encenam o extremo entre católicos e protestantes. Nos primórdios de<i> Old Firm</i>, a religião era determinante inclusive para decidir em qual time atletas atuariam. Não é à toa que jogador já andou morrendo, em meio a pancadarias, nos gramados do clássico. Criminal? A sociedade real também o é.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Há quem pense: "Celtic e Rangers são dois times inexpressivos". Todavia não se pode afirmar isso sobre Real Madrid e Barcelona, certo? Por trás das cifras milionárias que envolvem as duas equipes espanholas, pulsa uma veia social fortíssima, opondo à capital Madrid a autônoma Catalunha. Da época do regime franquista <a href="http://deportes.terra.es/futbol/primera-division/pique-se-muestra-a-favor-de-la-independencia-de-cataluna,ad80070621f78410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html" target="_blank">às recentes declarações de Piqué</a>, uma vitória do time catalão demarca, na mente de um <i>culé</i> sonhador, até mesmo um passo para a independência de sua comunidade. Utópico? A sociedade ideal o é também.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">No Brasil a valsa segue ao mesmo compasso. O meu time do coração simbolizou, historicamente, luta contra o racismo: abria-se a jogadores negros recusados pelo rival. Outros casos notórios também simbolizaram as diferenças, por exemplo, de renda: o clube "dos ricos" e o clube "dos pobres" se embatiam... Em estádios nacionais, aliás, ainda hoje se observam cenas de discriminações – lástima infelizmente recorrente em arenas do globo todo. Um segundo lado triste da sociedade real.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">O título desta crônica faz referência a um <a href="http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12471" target="_blank">livro</a> de Hilário Franco Júnior. O leitor que goste de futebol deve ler tal obra. O que não goste do esporte, mas curta sociologia e afins, também precisa folheá-la. Isso vai ajudar a concretizar que futebol não são apenas 22 malucos correndo atrás de uma bola: trata-se, na verdade, de uma importante metáfora histórico-social.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-83810278178069503012016-01-11T20:48:00.001-08:002016-01-12T14:13:51.367-08:001943 – 2015<div style="text-align: justify;">
<style>
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:Arial;
panose-1:2 11 6 4 2 2 2 2 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
panose-1:0 0 0 0 0 0 0 0 0 0;
mso-font-charset:128;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-format:other;
mso-font-pitch:fixed;
mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;}
@font-face
{font-family:"Cambria Math";
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}
@font-face
{font-family:Cambria;
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
@page WordSection1
{size:595.0pt 842.0pt;
margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt;
mso-header-margin:35.4pt;
mso-footer-margin:35.4pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
</style></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">A atriz sobe no palco para encantar
o público... outra vez. Ela declama, dança, canta – e a plateia começa a
perceber a própria vida.<br /><br />O senhor, já velhinho, lembra-se de folias várias. As festas da sua adolescência (“Diferentes dessas putarias de
hoje”) faziam-no bastante feliz. Considera também que as próprias experiências
amorosas poderiam virar uma peça, mas ele saberia interpretá-las com a
excelência da atriz? Resigna-se à força da memória, comemorando viúvo por ter
sido feliz.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;"> <br /><br />A senhora, vestida de preto, chora a
solidão. Conviveu durante um tempo longo com alguém que não a amava,
mas qual o mal? Gostava dele. Gostava de verdade! Até hoje visita o túmulo de
quem, embriagado, agredia-a todo dia; e amargura críticas por isso. Só que ao ouvir a
atriz jurar paixão eterna, no primeiro ato da peça, percebe que ainda pode, no
último ato da vida, buscar alguma boa lembrança que se sobreponha às antigas
aflições.</span><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;"><br />A jovem apaixonada encanta-se com a
poesia da atriz. Enxerga em cada fala as próprias idealizações para o amor.
Está naquela fase em que (se) acredita que tudo vai ser perfeito, mal sabendo
que o rapaz que a olha, na fileira ao lado, será o responsável pela primeira
decepção passional. É um belo roteiro para alguma tragédia, mesmo que tal trama já
seja manjada... A jovem, no entanto, vai optar pelo risco.<br /><br />A própria atriz se redescobre. O
teatro é sua vida – e as transformações da personagem são as transformações da
própria mulher. A indumentária, a sonoplastia, as marcações não se restringem à
ficção: amalgamam-se ao concreto e ninguém separa mais o cisne da bailarina. Após duas
horas, quando abandona o palco, nota que não consegue parar de interpretar. Só
que essa interpretação não é mais mentirosa: é aquela necessária à felicidade
idiossincrática (encanto maior não há).<br /><br />Já o cronista... Bom, o cronista
aprendeu um novo modo de enxergar a si mesmo. A atriz explana todas as
sensações – e ele tem todas essas sensações em si, mas não conseguia alcançá-las. Cada
diálogo a que ele assistiu resgatou mudanças: o aperto de mão mais sincero, a
paciência com quem reclama, o trecho certo do clímax e do desfecho. Cena após cena, o teatro desmistifica a impossibilidade de mudança do homem, sem muito mistério
em torno do porquê disso...<br /><br />É que a atriz ensina, no palco,
como a vida fora dele deve ser.</span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-25095677814588540642013-05-12T08:15:00.001-07:002013-05-12T08:15:22.666-07:00A mãe<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Quem mais, além dela, trama cenas inconvenientes e mesmo assim não nos chateia? Quer dizer: na adolescência, odiamos quando os amigos riem da foto do neném pelado; um pouco mais maduros, todavia, aprendemos a fazer piada desse tipo de sacanagem na qual mãe é especialista. Tão normal!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Lembro-me de já ter passado poucas e boas nas mãos da minha progenitora. Algumas surras foram antológicas, assim como o abraço após as decepções que a vida insiste em nos apresentar. Hum... e quando a gente volta correndo pra casa, após a temporada na praia, doido pra provar o feijão que só ela sabe preparar? (Pode trocar o feijão por outro prato de maior preferência.)</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Mães têm um quê de bruxa e fada. Elas encontram, na devida prateleira, a blusa que por vinte mil vezes havíamos procurado! E se esquecemos essa mesma peça de roupa antes de um passeio num dia ensolarado, o arrependimento bate nervoso: frio cortando até a alma. A gente demora a aprender que palavra materna não deve ser desobedecida.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Alguém já viu uma mãe chorar? Nada parte mais o coração. E pensar que esse pranto tantas vezes é unicamente por nossa culpa... Ela também dorme menos do que nós, visto que precisa estar apta a nos embalar ou preparar um café que deveria ser capaz de vencer qualquer mau humor matinal. Tudo isso sem cobrar taxa de serviço - pelo menos não em espécie.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Antes de publicar esta crônica, mostrei o esboço à minha mãe. O que ela disse? "Muita gente vai criticar o título, que não demonstra... criatividade". Rebati, porém: quer palavra mais criativa, na teoria e na prática, do que "mãe"? Inclusive quando, durante uma bronca, repete mil vezes que sem ela a casa inteira morreria...</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">E com razão.</span></span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-54567159570511761792013-04-01T21:14:00.003-07:002013-05-22T06:39:43.190-07:00Déjà vu<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Jogar uma pedrinha num concentrado d'água dissimula razões. Tal ato esconde, nem que seja, a sensação de que as ondinhas metaforizam as tentativas do atropo-cotidiano. Dependendo da força aplicada no arremesso, as ondulações demoram mais para cessar. E as veredas humanas são diametralmente afins a isso: certa intensidade de desejos determina a prorrogação de gestos, segredos e aflições.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Talvez tenha sido Nietzsche que esmigalhara o Estado a um cenário em que homens se retiram da vida sob um modo condenável pelo viés respeitável. Derramo essa semântica ao ser-para-si, como compensação. O indivíduo delimita-se, (quase) laconicamente, a rígidas determinações contrárias ao coerente (com)portar-se. Nesse processo de negação, ocorrem as desassociações contínuas que impedem o usufruir, quem sabe, do bom impulso - em estilo, quiçá, mútuo ao <i>carpe diem</i>.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Patentemente, as ondas "duplamente" idiossincráticas em que o ser-para-si flui ou atraca ratificam a normalidade dos movimentos coletivos. No entanto, deveriam retificá-los: abraçar uma maré social somente (somente!) denota incongruência entre uma necessidade e um desejo. Se este determina a posição de distanciamento a partir de mágoas, normas deveriam sistematizá-lo como essencial em todos os âmbitos, principalmente em detrimento a necessidades de cunho, por assim dizer, cristão. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">E o concentrado d'água, quando menos se espera, retorna à física de antes do atrito com o pedregulho. A certo clique, entretanto, você pensa: "Basta correr até o outro lado do açude e jogar nova pedrinha!". Não obstante a corrida desesperada, o inédito arremesso não revela nada que satisfaça: suspeitas ou incertezas persistem e correr de novo não soa o melhor fármaco. Em foco: soa um ciclo, soa um vício... mas apenas talvez soe uma esperança.</span></span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-8431281619825598472013-03-30T10:24:00.002-07:002013-03-30T10:38:21.882-07:00Pra não dizer que eu não falei de...<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Você clica no "play" do iTunes e sua vida se torna linhas melódicas. Afinal, raro é o indivíduo que nunca se enxergou na letra de alguma canção. Alterações cíclicas nas personalidades musicais eventualmente ocorrem, claro. Todavia, desapegar-se totalmente de um acervo com meia dúzia de vitais CDs soa impossível para muita gente. Por exemplo, para mim.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Há quem aprenda a socialmente protestar ouvindo Chico Buarque e sua voz contrária à ditadura militar. Nos anos 1980, bandas de um pop rock inigualável também deram tom à crítica que muitos jovens gostariam de impor! De "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=4waQ7092O5c" target="_blank">Roda viva</a>" a "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=RfX1iLT7Lvg" target="_blank">Até quando esperar</a>", conta pontos refletir sobre como a arte consegue engajar-se a ponto de produzir belas metáforas, as quais simbolizem a impaciência com situações pulsantes. Vivência e ardor.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">A bossa nova manifestou refinadíssimas as percepções por que um ser humano pode perambular. Se "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=tzErd-0lgIo" target="_blank">Chega de saudade</a>" apresentou a inovação no jeito de embalar o violão, "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=hJzO9U08EFg" target="_blank">Garota de Ipanema</a>" remoldou a <b>mulher</b>-violão, acentuando as consequências mágicas dela em tudo e todos que a observam. Ah... "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=esErSSxtpSs" target="_blank">Se todos fossem iguais a você</a>", só pelo título, já encerra o gostinho de cadenciar o que a gente sempre quis gritar para a pessoa que nos mostrou novo modo de sorrir - sob a certeza de torná-la uma verdade incontestável. Inovações, sínteses e fantasias.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">E quanto ao que pode rolar num... fundo de quintal? Pois é, meu amigo, o "por baixo dos panos" nasceu com o samba! A sensação tão provocante que o momento "escondidnho" pode causar se liga à música que é a cara do Brasil, que embala a gafieira, na qual dois corpos explodem, explodem, explodem! Daí pra frente, é aquele papo: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=y_5jXGJZ0wg" target="_blank">o que é que a baiana tem</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=IpHc3zVG-A0" target="_blank">nervos de aço</a> e salve <a href="https://www.youtube.com/watch?v=fZtef3w0ShQ" target="_blank">Santa Clara</a>. Perigo e ambição.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Mas também há o sertanejo de Pena Branco e Xavantinho, retratando o homem da terra; um rap, dando voz à discriminação inserida nas camadas sociais; bons repentes, gerando humor e leveza até para quem caminha na Rua XV de Novembro! Eh... não há como negar que existe a canção certa para cada indivíduo. Mesmo quando a gente clicar no "stop" do iTunes, o compasso continuará afinado: dar-se-á início à sinfonia mental tão nítida a cada um. Por exemplo, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=gTbcwGMxVrI" target="_blank">a mim</a>.</span></span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-58177019237230444162013-02-17T09:44:00.000-08:002013-02-17T09:51:10.127-08:00Eu quero sempre mais!<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Algo que me entristece bastante é o desinteresse (alheio) por conhecer cultura. Às vezes, tamanha preguiça assume a face de simplesmente não consumir algo que já tenha sido indicado e, por si só, iluminaria a caverna que pode envolver o dia a dia de algumas pessoas. Machadiano, não acha?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Muitos links de músicas são compartilhados na minha página de Facebook. Obviamente, ouvir todas despenderia as vinte e quatro horas do dia - tempo que a <b>rotina laboral</b> ocupa cada vez mais intensamente. Todavia - nas canções que consigo curtir - reconheço, com boa frequência, sonoridade e letras memoráveis. É o repertório musical sempre ascendendo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Livros levam mais tempo para serem apreciados, mas nem por isso perdem o posto de maior porta cultural. Um pequeno excerto já deveria ser suficiente para formar filas em livrarias ou resultar em milhares de obras sendo entregues pelos Correios. Só imaginação: o que se concretiza é a estagnação do (precário) gosto pela leitura, implicando índices baíxissmos de raciocínio, interpretação, lógica...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Pense no cinema, nas peças de teatro, na boa entrevista passando na TV... Hoje mesmo, há pouco, assisti ao programa Esquenta (do qual não gosto nadica) somente porque soube, via Twitter, que "um tal de Roberto DaMatta" estaria por lá. O antropológo falou umas verdades e eu fiquei feliz por conseguir garimpar raro ouro na televisão domingueira. Um viva aos tuiteiros!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">O pensamento popular brasileiro prega algo como "Desistir? Nunca!" - e vou procedendo a ele. É difícil lidar com a realidade de que um cidadão não lê<b> nem sequer um</b> artigo de opinião durante o mês, mesmo sabendo que terá de escrever uma dissertação no ENEM. Complicado! Mas pretendo, mesmo assim, continuar indicando músicas e livros, estimulando a filmes e entrevistas... e alimentando sonhos também.</span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-17917651563724358272013-01-27T09:13:00.000-08:002013-01-27T09:13:10.574-08:00Coração de luto<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Recuso-me a ouvir Teixeirinha hoje. A genialidade do compositor permanece a mesma, porém a música que narra a morte da mãe dele não embala o domingo após tantos mortos lá no Rio Grande do Sul. O incêndio na balada queimou bem mais do que 245 jovens. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">A casa noturna teve todas as culpas. Sinalização inexistente; seguranças despreparados; irresponsabilidade de um músico; alvará vencido. Todavia, entristecedora é a lágrima da mãe que perdeu o filho; o namorado que agarrou só o corpo da companheira; os amigos que não poderão mais brindar alguma alegria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">De longe, soa insuficiente o que se pode fazer para ajudar. Orações e doações parecem tão simples! Ainda bem que há enfermeiros, médicos, psicólogos e bombeiros atuando em prol de salvar as vidas por lá - uma mão verdadeira a renascidos que poderão voltar a sorrir. E que haja força para quem não poderá mais ouvir o riso de quem tanto se amou...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Dizem que Santa Maria intercede, junto a Deus, para que os pedidos de quem nEle crê sejam atendidos. Não custa pedir, pois, que a paz retorne à homônima cidade gaúcha. E não importa se, para mim, muitos dos presentes na balada KISS eram desconhecidos: desde o dia 27 de janeiro de 2013 tenho o meu coração de luto.</span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-143420298355465292012-12-25T17:50:00.000-08:002012-12-25T17:53:24.738-08:00O extrato do Natal<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Chega ao fim mais um 25 de dezembro. E embora alguns engraçadinhos insistam em muito misturar a bebida alcoólica com o trânsito, bastantes familiares dirigem para casa felizes, de barriga cheia e com vários presentes. O dia fora, de fato, magnífico.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Não se trata de reviver um lado religioso. Penso apenas numa mesa farta, com a costela a desmanchar; a caipirinha, no balcão do truco, trincando; um violão no qual se relembram boas canções. E os parentes dando risada como se não houvesse um dia de trabalho por vir (junto às respectivas dores de cabeça)?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">A gente tem o direito de, por instantes, simplesmente comer, beber e divertir-se. Alguns tios, inclusive, levam isso bem a sério! E mesmo as tias que tanto falam mal da vida alheia estão no seu direito: é do momento! Deixemos de tanta seriedade, a fim de termos... mais fotos engraçadas!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Chegou ao fim, de fato, mais um 25 de dezembro. Durante algumas horas, os problemas parecem ter ficado lá fora, bem longe do portão. Não se trata de esquecer a sociedade; vale a pena, todavia, também pensar na alegria da porta para dentro.</span></span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-30454626080111623032012-10-12T11:01:00.001-07:002012-10-12T11:02:22.991-07:00Ai de ti, subjetividade.<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">Quando estamos dançando em um salão, a alegria dos passos dura bons e prolongados instantes. Trata-se de minutos de riso fácil, nos quais a angústia não dá as caras. Todavia, basta aparecer a primeira cadeira vazia para que, após diversas músicas (e respectivas coreografias), uma sugestão rapidamente ganhe força: "Não seria a hora de parar?!" A gente, então, sossega.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">A dança metaforiza o cotidiano. Passo a passo, busca-se sempre o prazer mais escondido, o reconhecimento penosamente encantador. Respostas positivas provêm em escala grandiosa às vezes, mas as doses homeopáticas com que se tentar infiltrar uma decepção parecem surtir mais efeito. Nessas ocasiões, esconder-se em pensamentos vários pode até ser mais vantajoso, todavia pulsará sempre a sensação de malogro (apenas talvez inevitável). Experimente-se, por exemplo, tropeçar no meio do compasso...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee;">A nossa prisão encerrada em liberdade causa confusão aos olhos próprios e também aos alheios. Engana-se, porém, quem acredita em que cortar as asinhas dos desejos eliminaria as incertezas. Ninguém é capaz de atingir plenamente o processo contínuo de superação, tampouco de abandonar as veredas da transcendência de valores. No fundo, ser livre é ao mesmo tempo pecado e salvação, assim como as chances de queda em uma coreografia mais complexa: da glória ao inferno.</span><br />
<span style="color: #eeeeee;"><br />
E assim se segue a tentativa de abandonar as cavernas quotidianas. Tal atitude de descoberta de uma nova amplitude, por sua vez, pode gerar conflitos entre (ex-)iguais, pois parece complexo conviver à escuridão de quem já recebera esclarecimento mas, por teimosia ou ingenuidade, prefere imobilizar-se pessoal e socialmente. É como bailar junto a alguém que deseje a fluência plena não obstante esteja com a perna quebrada: no mesmo salão, haverá giros em harmonia mais plausível e inflamável.</span><br />
<span style="color: #eeeeee;"><br />
Só que, após minutos na cadeira, pode "aparecer" uma nova valsa estimulante - junto a uma nova melodia. Aí, recomeça-se a dançar em campo minado (ou não).</span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-17958845615227130482012-09-07T20:46:00.004-07:002012-09-09T21:05:25.286-07:00Falta(rá) um brinde.<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Na (des)organização social brasileira, é comum notarmos algumas estruturas gritando por liberdade. Tal premissa se trata de uma negativa imposição semântica ao conceito comemorado no dia 7 de setembro. Pensemos, nesse sentido, apenas em educação, saúde pública, segurança social - pilares que, há muito tempo, desejam uma independência em relação aos aspectos destrutivos que os norteiam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Muitos professores guerreiam diariamente pela liberdade de poderem ensinar como realmente se deve. Além disso, anseiam por um salário digno à categoria e, acima de tudo, desejam o respeito social pela classe que formula todas as outras. Porém, como ocorre nas revoluções, tais profissionais enfrentam entraves dentro da própria ideologia, visto que precisam lidar com companheiros de jaleco que não se importam, por exemplo, com o objetivo de uma greve. Dificultar o progredir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Em postos de saúde, é preciso brigar (em vários casos, literalmente) por uma senha. As batalhas começam já na triagem para o possível atendimento, estendendo-se às horas de espera pelo diagnóstico e terminando, muitas vezes, <span class="Apple-style-span">no atendimento precário por parte do especialista. E ai de quem resolve discordar do sistema: a mídia, no papel de opressora sensacionalista de liberdades, classifica qualquer grito por mudança como vandalismo. Criminalizar o progredir.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Libertar-se da violência é um desejo profundo de 90% da nação (os outros 10% lutam com todas as armas para mantê-la). Os centros urbanos se desenvolvem em espírito de exclusão social, gerando municípios cada vez mais violentos e aumentando o pessimismo em relação à paz coletiva. E, nesse ponto, é comum perceber, de novo, que os próprios mecanismos de defesa se voltam contra o cidadão: <a href="http://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151081549098897&set=a.10150195990958897.313673.711653896&type=1&theater%20." target="_blank">casos de abuso policial são extremamente comuns</a>. Mascarar o progredir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Tornar-se independente está cada vez mais utópico. O porquê disso se resume a uma fórmula conhecida: um povo doente e mal educado (leia-se: alienado) acreditará facilmente que invadir favelas, a tiros e pontapés, resolverá o problema da pancadaria urbana. Com essa ilusão, fica fácil continuar reprimindo a vontade de liberdade que de certos pilares urge - liberdade que permitiria o verdadeiro salto rumo ao desenvolvimento nacional.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #eeeeee; font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;">Brindes só acontecem em momentos nos quais todos os participantes estão felizes. Recuso-me, então, a levantar minha social taça de vinho: há muitos guerreiros que não estão independentes o suficiente para sentarem-se à "nossa" mesa de "felicidade".</span></div>
Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-68755602167908133212012-07-22T19:51:00.000-07:002012-07-22T19:55:43.053-07:00Rumo à normalidade<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">2012 representa mais um ano eleitoral em terras brasileiras. E antes das urnas, como sempre, haverá aquele tipo de chateação com que o cidadão já está habituado: santinhos deixando as ruas imundas; churrascos às escondidas (uma linguiça tem poder incrível); assistencialismo barato. Por conta disso, pessimismo é a única sensação possível em relação à politicagem nacional.</span></div>
<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">O que assaz incomoda é justamente o fato de toda essa má conduta por votos ter se tornado socialmente aceitável. Devido à recorrência das asquerosas manobras para conquistar mandatos, os candidatos sabem que não precisam apresentar boas propostas de campanha, pois o marketing rasteiro - aliado a algum benefício "por baixo dos panos" - faz milagres maiores do que uma posterior concretização de, por exemplo, metas educacionais. Afinal, por que educar quem precisa manter(-se) desinformado?</span></div>
<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">Nesse sentido, é imprescindível, embora também (historicamente) redundante, apontar a gigante culpa dos eleitores no esdrúxulo cenário político brasileiro. Qualquer popular minimamente pensante consegue perceber que um senador envolvido com bicheiro é resultado de um voto comprado ou, no mínimo, impensado. E pensar em política soa praticamente insano para uma nação onde muitos habitantes consideram nomes como Tiririca sinônimos de "votar com rebeldia" (acreditem, é verdade). </span></div>
<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;">Lembro-me de que, numa aula do Ensino Médio, certa professora de física comentou que era ilusória a noção de um sistema o qual pudesse continuar indefinidamente em movimento por meio de energia por ele mesmo gerada. Hoje, todavia, arrisco-me a discordar um pouco de minha docente. A politicagem corrupta no Brasil é um moto-perpétuo descarado: eleitores alienados geram políticos corruptos, que geram eleitores alienados, que geram políticos corruptos...</span></div>
<div style="color: #eeeeee;">
<span style="font-size: small;"></span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-71038106929269437882012-06-24T11:27:00.002-07:002012-06-24T11:30:12.032-07:00Introduções textuais<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Galera, seguem os três inícios textuais comentados em sala. Trata-se de exemplos acerca de como iniciar cada um dos gêneros da UNIOESTE.</span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Para evitar qualquer problema com a Folha (acreditem...), só postarei o <b>link</b> do artigo que serve de apoio às propostas. Eis:</span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><a href="http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/1107207-aula-de-dignidade.shtml" target="_blank">"Aula de dignidade", de Gilberto Dimenstein.</a></span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"> Leiam e pratiquem!</span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">***</span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><b><br /></b></span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<u><span style="font-size: small;"><b>Artigo de opinião:</b></span></u></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="color: #eeeeee; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: small;"> “As ideologias, no Brasil, parecem perder-se facilmente. Isso se confirma, por exemplo, com o
último acontecimento provindo de São
Paulo: a aliança entre
PT e PP rumo à prefeitura da megalópole – calcada nos laços de “amizade” firmados entre
Fernando Haddad (à sombra de
Lula…) e Paulo Maluf. Seria um
lobo se unindo a
outro?”</span></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<u><span style="font-size: small;"><b> Carta do leitor:</b></span></u></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
</div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: small;"> "Prezado
editor,</span></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: small;"> O
artigo
"Aula de dignidade",
de Gilberto Dimenstein, mostra-se no mínimo educativo quando discute a falta de ética presente em grande parte
da política nacional. Como
o senhor bem sabe, as alianças políticas assumem facetas esdrúxulas às vésperas de eleições; trata-se do estilo
"vale tudo para eleger-se".
Nesse contexto, a Folha de São
Paulo acerta na tentativa de, por meio de colunas como a de Dimenstein, levar elucidação ao público."</span></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<u><span style="font-size: small;"><b>Comentário interpretativo-crítico</b></span></u></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
</div>
<div style="color: #eeeeee; direction: ltr; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed; vertical-align: baseline;">
<span style="font-size: small;"> "Ainda resta esperança em relação à ética da política nacional. Essa é a expectativa abordada, com concisão e bastante coerência, no artigo “Aula
de dignidade”, assinado por
Gilberto Dimenstein. Em poucas palavras, o articulista ratifica que a atitude da petista Luiza Erundina – ao desligar-se da chapa de
Fernando Haddad – mantém um pouco de honraria nas relações políticas nacionais. Sem tomar lado partidário, Dimenstein demonstra que a decisão de Erundina vai de encontro à prática “uma mão lava a
outra” – tão comum aos candidatos a
cargos políticos." </span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-38742492588362674242011-12-26T08:25:00.001-08:002012-03-17T20:22:51.273-07:00Uma fácil percepção<div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Quem nasce em terras brasileiras é cercado por mitos. Trata-se de mentiras do tipo <a href="http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI5341423-EI8139,00-Preco+da+agua+sobe+ate+apos+enchentes+em+Itajai.html" target="_blank"><i>brasileiro é solidário</i></a><i> </i>ou <a href="http://rittblog.wordpress.com/2011/05/01/racismo-no-twitter-de-novo-dentista-goiana-diz-que-torcida-do-flamengo-so-tem-preto/" target="_blank"><i>brasileiro não tem preconceito</i></a>.<i> </i>Todavia, a mais cabeluda das </span><span style="font-size: small;">popularizadas</span><span style="font-size: small;"> fantasias pau-brasil é a de que <i>brasileiro é povo trabalhador</i>. Tal proposição, no mínimo, beira o ridículo.</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Embora exista brasileiro honesto (sem ironias), preciso talhar a parte gorda da porcentagem, o que implica apontar os conhecidos casos em que um funcionário faz de tudo para matar serviço. Soa incoerente ao trabalhador tupiniquim entender, por exemplo, que <b>UMA hora</b> de almoço não significa sair 15 (quinze) minutos antes do meio-dia e voltar 600 (seiscentos) segundos após as 13h. E AI de quem bate o cartão nos horários normativamente pré-estabelecidos: está estragando o esquema!</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Outra mania besta é contra-argumentar em situações de erro incontestável. Se um serviço sai errado e o consumidor reclama, coitado deste: tem de aturar xingamentos, insultos, sarcasmo por parte do prestador, pois deveria ter paciência; comprar em outro lugar; deixar o (pobre incompetente) trabalhador brasileiro em paz. E se o malandro ocupar cargo público, é capaz de o contratante levar um processo. Brasil.</span><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Existem</span> as redes sociais. Tão úteis (novamente, sem ironias) em diversos casos (<a href="http://www.tecmundo.com.br/rede-social/14344-redes-sociais-sao-o-melhor-canal-para-reclamar-sobre-empresas.htm" target="_blank">ao que parece, reclamar de um serviço no Twitter, por exemplo, já é mais eficiente que no próprio Procon</a>), acabam se tornando antagonistas em histórias laborais. Quantos chefes não perdem a cabeça porque seus empregados, brasileiros, <span style="font-size: small;">trocam recadinhos no Facebook em vez de vender, ensinar, contabilizar? Volta e meia percebo cenas assim nos meus ambientes de... labuta.</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">E ocorre o caso de quem reclama quando um chefe cobra produtividade óbvia. E acontece de o patrão ir à empresa, ao fim do expediente, apenas para apanhar o lucro. Chego a crer que esses figurões esquecem seus objetivos trabalhistas: produzir e orientar! Não arguo que trabalhar se enquadre dentre as atividades mais divertidas do dia a dia, mas diversão tem um custo, o qual se cobre com <a href="http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&pesquisa=1&palavra=sal%E1rio" target="_blank">salário</a>. Só que parece difícil para o brasileiro entender que há hora para tudo - inclusive, em alguns sentidos, para deixar de ser brasileiro.</span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-14007591981485619302011-12-14T17:02:00.000-08:002011-12-26T08:45:09.607-08:00UMA MODERNIDADE SEM PROIBIÇÕES<div style="color: white;"><br />
</div><div style="color: white;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"> </span></div><div style="color: white; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span>"<span style="font-size: small;">Sobre a dificuldade em obedecer às leis, vale contar uma anedota reveladora, ouvida nos Estados Unidos, onde todos se pensam como fiéis e felizes seguidores voluntários das leis: num bote à deriva, náufragos em desespero calculavam suas chances de sobrevivência quando dois deles, os mais cínicos, resolvem fazer uma aposta bizarra. “Quer ver como eu faço com que todos se atirem ao mar?”, disse um deles, lançando um olhar de desafio ao companheiro. “Fechado”, respondeu o amigo, “quero ver quem, nesta situação, vai trocar a segurança do barco pelo mar aberto.” O Proponente foi até o grupo e disse a um inglês: “As tradições da marinha inglesa demandam que você se atire ao mar. É uma questão de honra e valor; afinal, “Britannia rules the waves”, solfejou. O inglês ficou de pé, fez continência, e imediatamente atirou-se ao mar. Em seguida, o apostador falou para um russo: “Em nome da revolução, você deve se sacrificar pelo coletivo. Abandonando o barco, você faz um ato altruístico e revolucionário, deixando mais água e comida para os mais egoístas e fracos.” Ao cabo de alguns minutos, o comunista pulou do bote. Restavam três pessoas. Diante do americano, ele foi direto: “Se você sair do bote, sua família recebe um seguro de dois milhões de dólares!” O americano disse “Yeah” e atirou-se na água. Triunfante, o apostador comentou: “Eu não disse que fazia com que pulassem?” O amigo respondeu: “Sim, mas ainda faltam dois e, olha, eles são brasileiros, não há como apelar.” “Esses são fáceis”, retrucou o apostador, dirigindo-se aos dois brasileiros que se consolavam mutuamente cantando “é doce morrer no mar”. “Amigos”, disse, “vocês sabiam que existe uma lei que proíbe pular na água?” Mal o apostador havia terminado a frase, os dois brasileiros já estavam, rindo, em plena água."</span></div><div style="color: white; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"></div><div style="color: white; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
<span style="font-size: small;">(Trecho retirado do livro <a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?isbn=8532526004"><i>Fé em Deus e pé na tábua ou como e por que o trânsito enlouquece no Brasil</i></a>, do antropólogo Roberto DaMatta.) </span> </div><div style="color: white;"><style>
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:Arial;
panose-1:2 11 6 4 2 2 2 2 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
panose-1:0 0 0 0 0 0 0 0 0 0;
mso-font-charset:128;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-format:other;
mso-font-pitch:fixed;
mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;}
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
panose-1:0 0 0 0 0 0 0 0 0 0;
mso-font-charset:128;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-format:other;
mso-font-pitch:fixed;
mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;}
@font-face
{font-family:Cambria;
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Cambria;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
@page WordSection1
{size:595.0pt 842.0pt;
margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt;
mso-header-margin:35.4pt;
mso-footer-margin:35.4pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
-->
</style></div><div class="MsoNormal" style="color: white; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: white;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"> </span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-20155955156546566912011-11-24T00:50:00.000-08:002011-11-24T00:50:03.515-08:00<style>
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:Arial;
panose-1:2 11 6 4 2 2 2 2 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536859905 -1073711037 9 0 511 0;}
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
mso-font-charset:78;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1791491579 18 0 131231 0;}
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
mso-font-charset:78;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1791491579 18 0 131231 0;}
@font-face
{font-family:Cambria;
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1073743103 0 0 415 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:Cambria;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-size:10.0pt;
mso-ansi-font-size:10.0pt;
mso-bidi-font-size:10.0pt;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-hansi-font-family:Cambria;}
@page WordSection1
{size:595.0pt 842.0pt;
margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt;
mso-header-margin:35.4pt;
mso-footer-margin:35.4pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
-->
</style> <br />
<div class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">Balada das Mocinhas do Passeio</span></b></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">quem são elas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">em tão grande número</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">de onde vêm?</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">de que subterrâneos porões cavernas?</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são os derrelitos do Dilúvio Universal?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">você chega corre parte</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">mas não as mocinhas do Passeio Público</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">não chegam nem parte</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">estão sempre lá</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">incansáveis caminham</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">pra cá pra lá</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">sempre estiveram</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">pra lá pra cá</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">estarão para sempre</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">minissaias coxas varicosas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">foto na hora</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">botinhas altas de sola furada</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">algodão-doce pipoca</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">boquinhas em coração de carmim</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">antes ventosas de medusas vulgívagas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">psiu! oi tesão! vamo?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">atração maior do Passeio</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">não é a gaiola do mico-leão-dourado</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">o aquário do peixe-elétrico</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">as cobras catatônicas o iguana pré-histórico</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">o pelicano papudo de asas entrevadas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">tipo o albatroz no barquinho de Baudelaire</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">não é o viveiro de aves canoras</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">epa! Um casal intruso de arapongas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">desde quando a-ra-pon-ga trina e gorjeia?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">o espetáculo do Passeio</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">não são as araras bêbadas aos berros</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">nem o velho cedro florido de garças-brancas</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">a grande festa do Passeio</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são as mocinhas pra cá pra lá</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">na ronda sempiterna do amor</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">uma só delas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">vale um circo inteiro em desfile</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">com a anãzinha das piruetas no cavalo pimpão</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">a engolidora de espada de fogo</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">a elefanta graciosa no chapeuzinho de flores</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">a trapezista do duplo salto mortal</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">sem rede!</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">discutem gentilmente o preço</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">uma rapidinha quanto é?</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">como se vendem fácil</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">as damas peripatéticas do Passeio Público</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">ao sol ao frio à chuva ao granizo</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">com fome com febre com tosse</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">estão sempre lá</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">à caça dos clientes furtivos</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">mais duradouras</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o carvalho e o plátano seculares</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">lá estão sempre</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">as famosas mocinhas do Passeio</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">nem tão mocinhas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são trágicas são doentes são tristes</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">quem pode querer tais centopeias do horror</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">como esperar que alguém as cobice</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">derradeiros objetos do desejo?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">medonhas aberrações teratológicas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">galinhas de duas cabeças</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">treponemas pálidas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">íbis sagradas de carapinha negra</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">aracnídeas hotentotes</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">gárgulas banguelas gargalhantes?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">aí é que se engana</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são desejadas sim cobiçadas sim disputadas sim</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">essas últimas mulheres da Terra</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">não fossem elas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">o que seria dos últimos homens da Terra?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">esses hominhos desesperados</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">sempre com sede com febre com tosse</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">sobretudo famélicos de um naco de carne</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">arre danação maldita da carne</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">urra salvação da carne da vida</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são feiticeiras Circes</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">das verdes águas podres do Rio Belém?</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são górgonas grotescas?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">pudera com tais clientes</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">mequetrefes bandalhos escrotos</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">que não fazem amor</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">estripam curram vampirizam</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são elas blasfêmia abominação escândalo</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">dos falsos profetas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">das mil igrejas de Curitiba</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">veros cafetões do dízimo?</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">elas são na verdade o sal da terra</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são irmãs de caridade</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são madonas aidéticas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">são santinhas do Menino Jesus</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">onde tocam saram os carbúnculos malignos</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">não as despreze nem condene</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">doces ninfetas putativas do Passeio</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">mais fácil uma delas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">passar pelo buraco da agulha</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">que eu e você entrarmos no Reino do Céu</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">ó bravas piranhas guerreiras</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">elas serão as sobreviventes</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">à sétima trombeta do Juízo Final</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">ao dragão e à besta do Apocalipse</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">no dia seguinte ao Armagedom</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">restarão na Terra</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">as baratas e elas</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">você chega corre passa</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">elas não passarão</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">pra cá pra lá</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">psiu! oi tesão! vamo?</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">pra lá pra cá</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">para todo o sempre</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">as minhas as tuas as nossas</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10.0pt;">putinhas imortais do Passeio Público.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;">(Dalton Trevisan. Poema retirado do livro <i>Rita Ritinha Ritona</i>.) </span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-29356694908713468982011-08-13T12:08:00.000-07:002011-08-13T12:09:19.534-07:00Versão em espanhol da história original de "Chapeuzinho vermelho".<style>
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:"MS 明朝";
mso-font-charset:78;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1791491579 18 0 131231 0;}
@font-face
{font-family:"Cambria Math";
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1107305727 0 0 415 0;}
@font-face
{font-family:Cambria;
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:auto;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-536870145 1073743103 0 0 415 0;}
@font-face
{font-family:BookAntiqua-Italic;
panose-1:0 0 0 0 0 0 0 0 0 0;
mso-font-alt:"Book Antiqua";
mso-font-charset:77;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-format:other;
mso-font-pitch:auto;
mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:Cambria;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-size:10.0pt;
mso-ansi-font-size:10.0pt;
mso-bidi-font-size:10.0pt;
font-family:Cambria;
mso-ascii-font-family:Cambria;
mso-fareast-font-family:"MS 明朝";
mso-hansi-font-family:Cambria;}
@page WordSection1
{size:595.0pt 842.0pt;
margin:2.0cm 2.0cm 2.0cm 2.0cm;
mso-header-margin:35.4pt;
mso-footer-margin:35.4pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
-->
</style> <br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: center; text-autospace: none;"><b><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Caperucita roja</span></b></div><div align="right" class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: right; text-autospace: none;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">(Charles Perrault)</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Había una vez una niñita en un pueblo, la más bonita que jamás se hubiera visto; su madre estaba enloquecida con ella y su abuela mucho más todavía. Esta buena mujer le había mandado hacer una caperucita roja y le sentaba tanto que todos la llamaban Caperucita Roja.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Un día su madre, habiendo cocinado unas tortas, le dijo.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Anda a ver cómo está tu abuela, pues me dicen que ha estado enferma; llévale una torta y este tarrito de mantequilla.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Caperucita Roja partió en seguida a ver a su abuela que vivía en otro pueblo. Al pasar por un bosque, se encontró con el compadre lobo, que tuvo muchas ganas de comérsela, pero no se atrevió porque unos leñadores andaban por ahí cerca. Él le preguntó a dónde iba. La pobre niña, que no sabía que era peligroso detenerse a hablar con un lobo, le dijo:</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Voy a ver a mi abuela, y le llevo una torta y un tarrito de mantequilla que mi madre le envía.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—¿Vive muy lejos?, le dijo el lobo.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—¡Oh, sí!, dijo Caperucita Roja, más allá del molino que se ve allá lejos, en la primera casita del pueblo.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Pues bien, dijo el lobo, yo también quiero ir a verla; yo iré por este camino, y tú por aquél, y veremos quién llega primero.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">El lobo partió corriendo a toda velocidad por el camino que era más corto y la niña se fue por el más largo entreteniéndose en coger avellanas, en correr tras las mariposas y en hacer ramos con las florecillas que encontraba. Poco tardó el lobo en llegar a casa de la abuela; golpea: Toc, toc.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—¿Quién es?</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Es su nieta, Caperucita Roja, dijo el lobo, disfrazando la voz, le traigo una torta y un tarrito de mantequilla que mi madre le envía. La cándida abuela, que estaba en cama porque no se sentía bien, le gritó:</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Tira la aldaba y el cerrojo caerá.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">El lobo tiró la aldaba, y la puerta se abrió. Se abalanzó sobre la buena mujer y la devoró en un santiamén, pues hacía más de tres días que no comía. En seguida cerró la puerta y fue a acostarse en el lecho de la abuela, esperando a Caperucita Roja quien, un rato después, llegó a golpear la puerta: Toc, toc.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—¿Quién es?</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Caperucita Roja, al oír la ronca voz del lobo, primero se asustó, pero creyendo que su abuela estaba resfriada, contestó:</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Es su nieta, Caperucita Roja, le traigo una torta y un tarrito de mantequilla que mi madre le envía.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">El lobo le gritó, suavizando un poco la voz:</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Tira la aldaba y el cerrojo caerá. </span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Caperucita Roja tiró la aldaba y la puerta se abrió. Viéndola entrar, el lobo le dijo, mientras se escondía en la cama bajo la frazada:</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Deja la torta y el tarrito de mantequilla en la repisa y ven a acostarte conmigo.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Caperucita Roja se desviste y se mete a la cama y quedó muy asombrada al ver la forma de su abuela en camisa de dormir. Ella le dijo:</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Abuela, ¡qué brazos tan grandes tienes!</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Es para abrazarte mejor, hija mía.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Abuela, ¡qué piernas tan grandes tiene!</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Es para correr mejor, hija mía.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Abuela, ¡qué orejas tan grandes tiene!</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Es para oír mejor, hija mía.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Abuela, ¡que ojos tan grandes tiene!</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Es para ver mejor, hija mía.</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—Abuela, ¡qué dientes tan grandes tiene!</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">—¡Para comerte mejor!</span></div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-justify: inter-ideograph;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Y diciendo estas palabras, este lobo malo se abalanzó sobre Caperucita Roja y se la comió.</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">***</span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: "BookAntiqua-Italic","serif";">Download aqui: <a href="http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=5876%20">http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=5876 </a></span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-77012012965072312892011-07-11T11:11:00.000-07:002011-07-11T11:13:43.275-07:00Um vírus ainda não catalogado<div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Mais aniquilador que ebola ou Aids é este vírus chamado... <i>jeitinho brasileiro</i>. Ele - há mais de quinhentos anos - vem contaminando milhares de pessoas, as quais, inexplicavelmente, procuram (super)desenvolvê-lo. Ao fim de análises, conclui-se que essa praga ataca diretamente o <b>caráter</b> da nação tupiniquim, gerando diagnósticos alarmantes.</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">A classe social dos infectados não interfere no avanço fuminante do <i>jeitinho brasileiro</i>. Observa-se que tanto o pobre quanto o rico apresentam os sintomas básicos da virose: corruptibilidade fácil, desgosto por conduta igualitária (ausência de zelo pelo próximo) e incapacidade de admitir ou consertar erros. Caso se arrisque, por exemplo, uma sorologia social, outra reação (nada adversa) se manifesta em palavras esparsas como "Isso num é da sua conta" ou "O importante é que EU tô numa boa".</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">No sistema educacional, o vírus ataca com sua pior mutação. Mentiras governamentais - ancoradas em comerciais televisivos - tentam esconder o estado terminal em que os pacientes se encontram. Trata-se de professores sem engajamento geral; alunos que desconhecem o vocábulo <i>dedicação</i>; pais relapsos com a educação dos filhos. Essas sequelas do <i>jeitinho brasileiro</i> aparentam não ter cura em meio a enfermos que mal conseguem planejar a própria vida.</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">A descrição dos efeitos que a virose provoca no trânsito também aterrorizam. Alucinações são percebidas em quem, por exemplo, estaciona na vaga de idoso mas nem sequer chegou aos trinta anos! Após serem alertados do problema, no entanto, os achacados<i> </i>(ah, <i>jeitinho brasileiro</i>...) costumam balbuciar locuções sem sentido, como "É só um minutinho". Há, ainda, doentes agressivos no momento da instabilidade mental - famosa contrarreação.</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">Outro sintoma perigoso que o <i>jeitinho brasileiro</i> exibe é o <i>jogar a culpa para o próximo, que estava correto</i>. Nesse caso, o contaminado reclama, por exemplo, do colega de trabalho que cumpre rigorosamente os horários da empresa. Em alguns casos, o doente justifica o fato de não pagar dívidas porque "Ninguém paga mesmo!" (perturbação mental clara). Ah!, o paciente que durante meses lê notícias acerca de políticos corruptos, mas continua votando neles, também demonstra sofrer do vírus verde-amarelo.</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
Comprovadamente, pois, o <i>jeitinho brasileiro</i> caracteriza-se como epidemia. A história do Brasil apresenta descrições claras da origem e do modo de propagação desse mal, mas, infelizmente, nem de longe indica uma solução para seu controle. Obviamente, nem todo brasileiro está contaminado; só que uma reversão, diante de quadro clínico tão instável, parece não mais ter possibilidades - ou, quem sabe, não faz mais sentido.</div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-79692145051642687042011-03-14T13:33:00.001-07:002011-03-14T13:33:35.069-07:00Um exercício literário meu: conto.<div style="text-align: justify;"> <style>
@font-face {
font-family: "MS 明朝";
}@font-face {
font-family: "MS 明朝";
}@font-face {
font-family: "Cambria";
}p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal { margin: 0cm 0cm 0.0001pt; font-size: 12pt; font-family: Cambria; }.MsoChpDefault { font-size: 10pt; font-family: Cambria; }div.WordSection1 { page: WordSection1; }
</style> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Imagens da traição</span></div><div> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Ao voltar do quintal, percebi que vovô, minuciosamente, recontava para mamãe os acontecimentos do passado da família. Ela ouvia-o sofrivelmente, talvez ainda abalada pelo recém sepultamento de minha avó. Ambos acabaram por afundar-se nas lembranças e esqueceram, quando saíram da sala, uma caixa de sapatos em cima do sofá. Não hesitei: corri e apanhei-a, atendendo a uma suspeita de que se trataria de um sacro escopo.</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Ao abrir a caixinha, certo trauma me voltou à mente. Um conjunto de fotografias fez-me recordar a primeira festa da família de que participei (verão de 86). A parentada se divertia quase disfonicamente até que um homem soturno apareceu na porta. O cavalheiro cumprimentou homens e mulheres rapidamente, mas demorou-se significativamente na saudação à minha avó. O porquê desse cumprimento alongado imediatamente soou claro para todos da família, exceto para vovô – que devido à bebedeira, ou simplesmente por ingenuidade, só reconheceu a conotação daquela imediata figura masculina ao ouvir dos lábios da esposa:</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">- Estou indo embora com esse homem!</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">As próximas fotografias… Ah!, em cada uma se encerravam pedaços diferentes da tristeza de vovô. Via-se, por exemplo, um tio que, se a memória não me trai, argumentava meia dúzia de palavras esvoaçantes. Em outra foto, angustiava o desespero da minha mãe ao perceber que a família, a partir daquele instante, desestruturar-se-ia.</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Houve até quem defendesse a atitude da minha avó. Vejo, em um negativo amassado, um tio criticando vovô por causa da choradeira – alegava que se tratava de mau exemplo para os mais novos. Em um retrato borrado, irritou-me o cinismo de duas tias, solteiras, que se sussurravam:</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">- Papai foi muito manso para não perceber…</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">- No fundo, ele merece!</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Mas só havia uma culpada pela desestruturação da família: minha avó. Aliás, chamá-la de "avó" era uma vingança: eu fizera questão de, e instantes, esquecer seu nome. E continuei odiando-a mesmo quando, cinco meses subsequentes à tragédia, ela voltou para casa (fora abandonada pelo amante). Vovô, mergulhado na eterna paixão, recebeu sorridente a companheira. Uma das fotos constantes na caixa de sapato era exatamente a do dia em que ela retornara - sorriso cínico escondido no batom- ao lado de um vovô radiante.</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Necessário informar: na caixinha sagrada, existem pelo menos mais cinco fotos de “voltas” da minha avó.</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> </div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Por isso, naquele dia em que consegui descobrir o que havia dentro da caixa de sapatos de vovô, não derramei nem sequer uma lágrima. No enterro da minha avó, duas horas antes de eu abandonar o quintal, gargalhei em vez de chorar: outra forma de desforra. E enquanto atentava para as demais fotos presentes na caixa de sapato de vovô, sentenciei austeramente: morta, minha avó não incomodaria mais.</span></div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;"></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-70788522750196740002011-01-11T08:16:00.000-08:002011-01-11T08:16:52.443-08:00A melhor banda: 11 de janeiro de 1985.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTxH9XM6EB2f4xlpEl24szpy1w6Aax6E5CkROO-oguCo0L_p62-Pbrbuju5GI3pT65tIVwRI94hV6kJfyDXYUKMGmKAngMH9grvcQxgamhkj6iU34TjuIY8EprBw8aZooG8Od1ktrHYmY7/s1600/OgAAAOBK1nvZX4VIIJyT5qnXLDFCq3pODLMbEiLTZngE6u-J0PUmbX8JgNapirlrjJpbk5eqXBl4Kx6SF8XpAUigDAwAm1T1UMWorLqDhKvCSt32091zsKqHm-gb.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTxH9XM6EB2f4xlpEl24szpy1w6Aax6E5CkROO-oguCo0L_p62-Pbrbuju5GI3pT65tIVwRI94hV6kJfyDXYUKMGmKAngMH9grvcQxgamhkj6iU34TjuIY8EprBw8aZooG8Od1ktrHYmY7/s320/OgAAAOBK1nvZX4VIIJyT5qnXLDFCq3pODLMbEiLTZngE6u-J0PUmbX8JgNapirlrjJpbk5eqXBl4Kx6SF8XpAUigDAwAm1T1UMWorLqDhKvCSt32091zsKqHm-gb.jpg" width="320" /></a></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Devido a uma greve ocorrida em 1984 no curso de arquitetura da UFRGS, as aulas nessa instituição se estenderam até o mês de janeiro de 1985. Por conta disso, alguns festivais foram realizados pela universidade, a fim de amenizar a situação. <i>Na onda</i> desses eventos, Humberto Gessinger - guitarra e vocais - uniu-se ao baterista Carlos Maltz, ao baixista Marcelo Pitz e ao também guitarrista Carlos Stein e montaram uma banda para única apresentação. O nome do grupo, Engenheiros do Hawaii, foi uma maneira de mangar dos "rivais" das engenharias.</span> </div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Obviamente, as apresentações se multiplicaram em palcos de Porto Alegre e rapidamente atingiram o cenário nacional. Algumas mudanças de integrantes ocorreram (Carlos Stein, por exemplo, acabou grupo Nenhum de Nós) até que se chegasse à formação clássica da banda: Humberto Gessinger no baixo e vocal; Augusto Lickz na guitarra; Carlos Maltz na bateria. Esse trio consagraria, entre 1987 e 1996, a qualidade musical da banda gaúcha.</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Todavia, após um bocado de álbuns juntos, o trio começou a separar-se. Lickz foi o primeiro a debandar e, <i>de quebra</i>, brigou judicialmente pelo nome <i>Engenheiros do Hawaii</i>. Graças ao bom senso jurídico, perdeu a disputa para Gessinger e Maltz. Este, por sua vez, também acabou por deixar os EngHaw, mas de maneira mais amigável. Tanto é que participou da gravação de várias músicas lançadas após sua saída do conjunto.</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Gessinger permaneceu até o álbum "Novos Horizontes" (2007) como o único integrante original dos EngHaw. Após a turnê desse disco, o líder da banda anunciou que haveria uma pausa nas atividades. O motivo é que Gessinger, ao lado de Duca Leindecker (Cidadão Quem), passou a dedicar-se ao <i>duo</i> Pouca Vogal. Há rumores, entretanto, de que os Engenheiros do Hawaii poderão voltar para uma turnê de aniversário - só não se sabe de quantos anos.</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">Independente da formação, do primeiro ao último álbum, a banda sempre gravou músicas que se tornaram verdadeiros hinos, como "Toda forma de poder" (1º disco), "Infinita highway" e "Refrão de bolero" (2º disco), "A promessa" (9º disco) ou "Vertical" (último disco). Engenheiros do Hawaii, para os velhos ou novos fãs, sempre será lembrada como <b>a banda mais fiel ao que se propôs compor para o rock nacional</b>.</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><br />
</div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;">***</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> </span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b><span style="font-size: small;">- Site oficial:</span></b></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> www.engenheirosdohawaii.com.br</span></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><b><span style="font-size: small;">- Livro <i>Pra ser sincero</i>: </span></b></div><div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: small;"> http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=5088689&sparc=google&gclid=CL-utcTEsqYCFchl7Aode2AGn</span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-21840835676474375292010-10-24T07:44:00.000-07:002010-10-24T07:55:13.684-07:00Osso duro de roer<div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Sinto-me incapaz de captar todos os elementos (tridimensionais) da arte cinematográfica. Mesmo assim, arrisco algumas críticas, quase sempre encorajadas pela subjetividade, acerca daquilo a que assisti. Rotineiramente - e isto não afeta diretor algum, sei bem -, não sou bonzinho em minhas impressões; hoje, entretanto, o ponto-de-vista é afirmativo.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Vi o tão comentado Tropa de Elite 2 (TE2). De fato, a continuação da série é melhor que a primeira parte. Sem prender-me aos aspectos intrínsecos à "arte pela arte", a crítica social presente em TE2 apresentou algo pela mídia obscurecido: <i>sugeriu-se</i> que tráfico, propina e milícias podem estar associados ao governo. Essa <i>sugestão</i>, metaforizada, seria passível inclusive de comprovação.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Em conversas com amigos, é comum chegarmos a idênticas conclusões. Fernandinho Beira-Mar, por exemplo, deve ter <i>caído</i> porque mexera com "gente grande". Esse pessoal "gente-grande", então, não poderia estar na Assembleia, na Câmara, no Senado? Não se mencionam nomes reais, daí a metaforização, porque o problema é o sistema político em si. Sai governador, entra governador... E as ações calhordas tendem a continuar.<br />
<br />
Muitos brasileiros encenam uma democracia que permite tudo - menos a honestidade. É histórica a assertiva de que em terras tupiniquins se aceita a corrupção passivamente. Cada uma a seu modo, as legítimas impressões sociais são constantemente mal interpretadas. Como comprovação disso, leia-se "somente" sobre o resultado das últimas eleições, deixe-me ver..., no Paraná e em São Paulo: talvez, caiba em uma só mão o número de deputados honestos.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">No filme de José Padilha, essa imobilidade social fica extremamente explícita. O deputado Fraga ou o subsecretário Nascimento representam dois extremos que lutam pela mesma melhoria. Ao final, direitos humanos e BOPE seriam <b>as</b> formas de se destruírem males sistemáticos como tráfico, corrupção, ignorância. Mas fica difícil encarar o sistema problemático quando mídia e governo se unem em prol da futilidade. O povo, por sua vez, prefere almoços de épocas de campanha à tentativa de mudanças, escolhe pagar propina e, junto, <i>o pato</i>.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">A gente não precisa só de ONG ou de boa vontade social (mensagem que Tropa de Elite 1 já apresentava). É imprescindível, <i>ex tempore</i>, uma rede de atitudes que siga o exemplo viril de policiais ainda dignos ou de políticos "ficha-limpa". Precisamos de homens públicos sérios, de mídia não-sensacionalista. Viver à sombra de candidatos redundantes, em todos os sentidos da palavra, simplesmente não mais convém. Aliás, não deveriam convir, também, as demais aceitações do <i>elemento </i><i>bizarro</i> que ocorrem no Brasil.</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Tropa de Elite 2, ao fim, ainda consegue repassar uma mensagem de esperança: "cacete" na estrutura política nacional! Se não houve resultados positivos com o partido do bico grande, que ele volte para a floresta. Uma vez que a estrela tenha parado de brilhar, que se elejam outros candidatos a astro. O indivíduo nas cadeiras políticas é o de menos; devemos nos preocupar com o componente abstrato. Se for necessário, que os direitos humanos protejam os homens honestos, que "os caveiras" <i>metam a mão na cara</i> dos corruptos.</div><div align="justify"><br />
E que se exclua, do cenário político nacional, a maldita palavra "renovação". Renovar a máfia, a corrupção? Sejamos, conforme se configura TE2, menos <i>justus </i>(se me permitem o trocadilho): que haja, sim, uma revolução.</div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-10650709699661344872010-09-26T20:21:00.000-07:002010-10-11T08:46:41.065-07:00Comparação e adversidade<p align="justify">Improvisos provêm de árduo estudo. No jazz, músicos treinam bastantes escalas antes de, "no susto", criarem (maravilhosas) melodias. Assim, na comédia: improvisada na técnica tradicional, a piada se torna arte.</p><p align="justify">Rir mexe com sabe lá quantos músculos. Talvez, deixe mais bonita a pessoa. Quando dói a barriga: gargalhadas conseguiram recuperar o dia perdido. Momentos em que o sono não poderia ter aparecido: sorrisão de repente desperta até encarnações anteriores. Trata-se da magia do bom humor.</p><p align="justify">Sofri críticas por ser pedagogicamente lúdico. A beleza de um aprendizado sorridente, não obstante, supera os comentários insustentáveis. Sem argumentação, as broncas: na literatura, inúmeros casos de bons escritores dedicados ao humor. Por que, então, mudar a didática para um sistema carrancudo?</p><p align="justify">Não vejo graça em perder o cômico acaso - e abro um Verissimo. Piadinha inteligente sempre vai bem. E chato, sim, quem não admira humor "sagaz". Irrita interpretação negativa a brincadeiras com alguém público. Como se humorista precisasse de autorização, de licença.</p><p align="justify">Jazz e humor são, realmente, qualidades inquestionáveis. Naquele, com escalas perfeitas; neste, com assuntos de uma época. A população deveria atentar mais a ambos. Mas sentar em praças para uma zorra soa mais legendário. Fora - a inteligência de muita gente - jogada pela janela?</p>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-79567530323634832922010-09-06T19:10:00.000-07:002010-09-07T07:09:36.045-07:00Além dos olhos<div align="justify"><span style="font-family:arial;">"Quase morri" pode melhorar. Enobrecimento da vida é caminho mais sábio. Há susto a quase todo momento; fuja-se do abstido comum.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Ouço "Dia especial" (Cidadão Quem). Esse lance </span><em><span style="font-family:arial;">do outro</span></em><span style="font-family:arial;"> está certíssimo. Encaixa-se para momento crítico: em vez de "quase morri", que tal "estou vivo!"? Parece ingênuo, mas muda o entorno.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Trata-se de costume. Estranha a felicidade no pós-quase-tragédia? Tão-somente negativismo cotidiano. Compreendo, há pessoas que não sorriem; não entendo, todavia, essa forma de vida delas. Posso não ser </span><strong><span style="font-family:arial;">o</span></strong><span style="font-family:arial;"> bem-humorado, mas piada é sagrado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">Outra música legal é "Terra de gigantes" (Engenheiros do Hawaii). Não conseguir tudo após o crescimento gera conclusão: juventude, não se venda. Totalidade, não; o suficiente, sim. Ah, esse suficiente depende dos desejos de cada um - não os condeno.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;"></span><span style="font-family:arial;"><br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:arial;">De música em música, mensagens seguras se (des)camuflam. Poderia ser num livro ou numa pintura: não sei. Mãos altruístas, cada vez mais adultas... Quando algo está errado, precisamos de um sorriso (pode ser um riso). Há, porém, quem recuse: sei não.</span></div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8890229111537045420.post-90666694781032190722010-07-20T09:46:00.000-07:002010-08-09T19:23:52.359-07:00Um péssimo hábito<div align="justify">Pessoas não seguem regras. Propositadamente, confundem "ser rebelde" com toscos momentos de não cumprir orientações. Desobedecer se tornou norma.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">No trânsito, a melhor argumentação. Desrespeito às vagas destinadas a idosos, deficientes. Alega-se: paradinha rápida; muita disponibilidade para poucos velhinhos. Ousado, o mal-educado xinga o repórter questionador. Você tem a ver com minha vida?</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">(Friso: nada de rebeldia. Na real, educação precária. Desconfio de que esssa insensatez se tornou cultural ao brasileiro. Afinal, uma escapulida não faz mal a ninguém.)</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Há o cigarro. Caso não fumem meu cabelo, tudo bem. Existe lei, contudo, que proíbe o fumo em "ambientes fechados de uso coletivo". Por que tentar no banheiro ou dependurado na janela? Vá para a calçada, longe da marquise!</div><div align="justify"><strong><br /></strong></div><div align="justify">Discutam-se as determinações sem que se gere baderna. Nelson Rodrigues escreveu que brasileiro sofre de "complexo de vira-lata". Essa caracterização se adequa à falsa impressão de independência que descumprir uma regra traz.</div><div align="justify"><br /></div><div align="justify">Demora-se a perceber que estacionar ou fumar em locais proibidos é tolice. Na verdade, às vezes, nunca se percebe. Infelizmente.</div>Mozer Anjoshttp://www.blogger.com/profile/03494823256005963954noreply@blogger.com2