sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Falta(rá) um brinde.

Na (des)organização social brasileira, é comum notarmos algumas estruturas gritando por liberdade. Tal premissa se trata de uma negativa imposição semântica ao conceito comemorado no dia 7 de setembro. Pensemos, nesse sentido, apenas em educação, saúde pública, segurança social - pilares que, há muito tempo, desejam uma independência em relação aos aspectos destrutivos que os norteiam.

Muitos professores guerreiam diariamente pela liberdade de poderem ensinar como realmente se deve. Além disso, anseiam por um salário digno à categoria e, acima de tudo, desejam o respeito social pela classe que formula todas as outras. Porém, como ocorre nas revoluções, tais profissionais enfrentam entraves dentro da própria ideologia, visto que precisam lidar com companheiros de jaleco que não se importam, por exemplo, com o objetivo de uma greve. Dificultar o progredir.

Em postos de saúde, é preciso brigar (em vários casos, literalmente) por uma senha. As batalhas começam já na triagem para o possível atendimento, estendendo-se às horas de espera pelo diagnóstico e terminando, muitas vezes, no atendimento precário por parte do especialista. E ai de quem resolve discordar do sistema: a mídia, no papel de opressora sensacionalista de liberdades, classifica qualquer grito por mudança como vandalismo. Criminalizar o progredir.

Libertar-se da violência é um desejo profundo de 90% da nação (os outros 10% lutam com todas as armas para mantê-la). Os centros urbanos se desenvolvem em espírito de exclusão social, gerando municípios cada vez mais violentos e aumentando o pessimismo em relação à paz coletiva. E, nesse ponto, é comum perceber, de novo, que os próprios mecanismos de defesa se voltam contra o cidadão: casos de abuso policial são extremamente comuns. Mascarar o progredir.

Tornar-se independente está cada vez mais utópico. O porquê disso se resume a uma fórmula conhecida: um povo doente e mal educado (leia-se: alienado) acreditará facilmente que invadir favelas, a tiros e pontapés, resolverá o problema da pancadaria urbana. Com essa ilusão, fica fácil continuar reprimindo a vontade de liberdade que de certos pilares urge - liberdade que permitiria o verdadeiro salto rumo ao desenvolvimento nacional.

Brindes só acontecem em momentos nos quais todos os participantes estão felizes. Recuso-me, então, a levantar minha social taça de vinho: há muitos guerreiros que não estão independentes o suficiente para sentarem-se à "nossa" mesa de "felicidade".

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