terça-feira, 14 de outubro de 2008

Um pensamento diferente

Não quero folgar no dia 15 de outubro; prefiro trabalhar. O que a priori soa falso, em análise encerra minha consideração sobre o labor.

Professor não recebe quaisquer valores. A família "empurra" o filho para o docente, mas reclama quando o jovem é advertido. Os colégios sentem-se no direito de pagar migalhas. Alguns diretores repassam aos lentes comandos esquisitos (Vender rifa em nome da Instituição?!). Bastantes alunos não aproveitam a sabedoria do mestre.

Mesmo assim, opto por lecionar no Dia dos Professores. Não me importo com a grana perdida que um dia a menos de trabalho significa. Tenciono, sim, desnudar o que a categoria obscurece: profissionais preguiçosos, por exemplo. Anseio, também, por recriar a imagem de uma classe trabalhadora.

Não nego a necessidade de um agrado. Contudo... Que tal, em vez de folga, presentes: livros, vales-qualquer-coisa, café da manhã, disco? Aumento de salário, curso a gosto, viagem?

Comentário social: "Ah, vão parar de novo? Como professor é vagabundo!". A lei 52.682 de 1963 impõe o dia 15 de outubro como a data "em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias". Não há menções a folgas! Penúria: nem o professor sabe por que não foi trabalhar.

Cada pausa representa outra mancha no corpo docente.