sexta-feira, 15 de julho de 2016

Um não às 4h48?

O dia a dia é dolorido. Mais dolorido, porém, é descobrirmos que essa rotina mordaz é consequência... nossa só. Já percebeu que ela não dói devido a seguirmos um roteiro pronto? É bem o contrário: dói se concretizamos uma fuga.

O diferente é quem mais se machuca. Na moda, você recebe elogios; na onda, você possui muito companheiro. Fora das rádios populares? As críticas e a solidão subsequente aos olhares de reprovação. Afinal, por que soar em acorde contrário ao padrão de três?

Ao fugir da autoajuda, novo impacto: pessimismo, descrença. Um erro? Uma pancada! Outro erro? Outra pancada. Um acerto? Ué, é obrigação! – a qual curiosamente depende da... alheia interpretação?! 

Ai se méritos fossem escancarados como falhas são!

Arrisque precisar de alguém, se tiver coragem: cada um na sua caverna se fixa! Anuncie um pote de ouro: todo mundo passa a ser sol. A gangorra pesa, novamente, à alheia interpretação, como defendeu o músico: "De onde menos se espera / dali mesmo é que não vem".

Sei: até dentro dos padrões alguém pode estar fingindo. Falsetes falsos são fáceis de fazer! Só que esta crônica gira em torno das exceções, sabe.

E é exceção quem reconhece nossa humana caminhada triste, dolorida.