
Pra quem não é cristão e se porta coerentemente, o lado religioso do Natal se perde. Mas seres (bem) providos de inteligência não dispensam presentes e, no dia 25 de dezembro, umas das alegrias é essa (não é necessária a crença divina pra pegar a onda, e também não é mister o preconceito). Outra felicitação gira em torno das várias pessoas queridas e amadas reunidas em torno da mesa. Rir dos tios bêbados; o medo da revelação do amigo-oculto e da lembrança; a barriga em volume incrível: peru abençoado!
Na virada, a bebida da limpeza. Penha, Santa Catarina, com namorada e amigos. Festa! E uma recordação idiossincrática:
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Chega de confiar nos dias, nos terceiros, no papel! Que tal nós mesmos batalharmos por um ano congratulante?! Estudo, trabalho, economia, lazer, pintura, cálculo, literatura, música - os primeiros passos de uma caminhada rumo à alegria. Não dormir para pular o
Sempre desejo o contentamento geral. Mas muita gente insiste no posto de arrogância, na necessidade de humilhar, no comportamento desmoralizador, na tentativa de rebaixar o festerê. Não sou nem quero ser uma entidade santa. Pelo contrário, sagrada é a cervejinha de sexta-feira. Já que ao meu lado, a começar pela minha Baixinha, só existe gente boa - chega de preocupações universais. Família, Amor e amigos me emprestam um tempo incrível: Feliz 2008 pra vocês! E pra quem continua com a simpatia gratuita, um bom conselho: evite dormir de calça jeans...
Obs.: quem quiser ouvir o poema "Receira de Ano Novo", do Drummund, declamado pela Odete Lara... Peça!
Nenhum comentário:
Postar um comentário