Os “sem-noção” do transporte coletivo (Parte 1)
(Fernando Martins)
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba lançou há um mês uma campanha para que os passageiros curitibanos sejam mais educados. Reportagem do domingo desta Gazeta do Povo mostrou que os resultados têm sido animadores: os usuários do sistema, aos poucos, estão mais corteses uns com os outros. Isso é animador. Quem sabe alguém não pense em ampliar o foco da campanha também para os “sem-noção” do transporte coletivo. Diferentemente dos sem-educação, que geralmente sabem o que estão fazendo, os “sem-noção” – como o próprio nome diz – simplesmente não têm idéia de que seu comportamento atrapalha os outros passageiros. Veja alguns dos principais espécimes de “sem-noção” que habitam nossos ônibus:
- O apaixonado pela porta 3: esse peculiar tipo de usuário nutre uma paixão platônica pela porta 3 dos biarticulados – aquela pela qual todos entram. Ao adentrar no ônibus, o apaixonado, em vez de procurar um lugar nas extremidades do veículo, pára na porta 3. Ela deve ser tão sedutora que atrai multidões de apaixonados, que se espremem só para ficar perto dela enquanto nos cantos do ônibus há espaço de sobra. Azar daqueles que querem entrar e não conseguem.
- O boneco de açúcar: esse ser é muito sensível. Dissolve-se ao menor contato com água. Quando começa a chover – mesmo a mais leve garoa – o boneco logo fecha as janelas do ônibus, transformando o coletivo em uma sauna. É um espécime especialmente nocivo na hora do rush e no verão.
- A tia da bolsa: essa simpática senhora sempre aparece quando você mais está com pressa. Vem vindo o ônibus, você está atrasado, corre para entrar no tubo e pegar a condução quando... aparece a tia da bolsa, bem à sua frente, para pagar o cobrador. O problema é que a tia é muito esquecida. Ela sempre se esquece de pegar o dinheiro da passagem antes de sair de casa. E resolve procurá-lo dentro de sua imensa bolsa enquanto o ônibus vem chegando e a fila vai aumentando. Ela tira da bolsa celular, batom... e o ônibus chegando. Ela tira lenço de papel, óculos escuros, escova de cabelo... mas nada do dinheiro. E o ônibus chegando. Por vezes ele passa e a tia ainda não achou o dinheiro.
- O touro-sentado: esse tipo é o cara-pálida que confunde degrau com banco e gosta de sentar na escada de descida do ônibus, atrapalhando a saída dos passageiros. Normalmente faz parte da tribo dos adolescentes. Só mesmo alguém com menos de 18 anos para se sentar no chão.
Na semana que vem, conheça outros espécimes dos “sem-noção” que circulam no transporte coletivo.
Um comentário:
A tia da bolsa;
Eu já passei umas três vezes por essa ¬¬
heuehueh ;*
Postar um comentário