quarta-feira, 25 de junho de 2008

Continuação do texto de outrem.

Os “sem-noção” do transporte coletivo (final)
(Fernando Martins)

Na semana passada, dediquei-me a escrever sobre os “sem-noção” do transporte coletivo de Curitiba – aqueles passageiros que não são propriamente mal-educados mas que costumam atrapalhar (e muito) os outros usuários sem se darem conta disso. Como essa peculiar fauna que habita nossos ônibus é muito extensa, a lista dos “sem-noção” continua hoje.

O papa-mosca: espécie que se alimenta de moscas. Fica dentro do ônibus caçando-as e, quando percebe, o veículo parou no ponto em que ele quer descer. Tomado de medo de não desembarcar, o papa-mosca resolve então empreender uma corrida de obstáculos para sair do ônibus. Obviamente, os obstáculos somos nós, os demais passageiros.

O caçador do banco perdido: espécime de “sem-noção” muito obstinado. Tem um objetivo e não desiste dele nunca: conquistar um banco para ir sentado no ônibus. O caçador costuma agir quando chega um ônibus vazio no terminal. A fila vai andando, as pessoas entram e o sujeito “sem-noção”, ao perceber que todos os assentos foram ocupados, resolve só pegar o ônibus seguinte. O problema é que ele pára em frente da porta da condução e se esquece que tem um monte de gente atrás querendo entrar. Mas o pior é quando o caçador entra no ônibus e, ao perceber que perdeu a disputa pelo último banquinho, resolve sair quando todo mundo está entrando. O tromba-tromba é inevitável.

O charada: é o mais enigmático dos “sem-noção”. Quando está em um ônibus cheio, sem razão aparente, resolve sair do lugar relativamente confortável em que está para ir a outro ponto do veículo apenas para satisfazer sua misteriosa vontade de mudança. Obviamente, para isso, vai incomodando todo mundo que está à frente. Mais enigmático ainda é quando ele está perto de uma porta de saída, cruza o ônibus inteiro para... descer pela outra porta. Nem Freud explica.

O fumacinha: é o fumante que se acha educado. Ele até se esforça. Como é proibido fumar dentro dos ônibus e das estações, ao esperar a condução ele só acende o cigarro fora... 30 centímetros fora do tubo. Obviamente, a fumaça vai toda para dentro.

O surdinho: sujeito com alta produção de cera de ouvido, a ponto de impedir que ele escute as insistentes mensagens sonoras sobre regras de embarque e desembarque veiculadas dentro do ônibus. O surdinho desce pela porta de embarque dos biarticulados e entra nos ligeirinhos antes que os demais passageiros desçam. Um cotonete ia bem.

8 comentários:

Simone Petry disse...

hahahaha adorei! quase fiz um roteiro de curta-metragem uma vez, sobre duas senhoras que vi (realmente) quase se estapearem por causa de um acento vazio.

beijoca

S.

Unknown disse...

mto bom o texto, mesmo.

ei:

www,f1critics.blogspot.com

meu blog sobre F1.

dá uma olhada!

abração!
saudade

Unknown disse...

http://www.f1critics.blogspot.com

leandrão cardoso disse...

o apaixonado pela porta 3 é de dar muita raiva! ainda bem que senpre pego o biarticulado no terminal....

e tem um pessoal que deveria tentar vaga nas olimpíadas para os 100 metros rasos.... os cara vem se arrebentando no corredor do busão pra pegar lugar.....
hUahUahAUahAUhUhAU

muito devertido!!!!! quando não irrita, é claro......

leandrão cardoso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila Xavier disse...

Muito bom o texto. E pior que é tudo verdade. Pior quando está no terminal ai parece que todo mundo vai entrar na mesma porta que vc. De vez entrarem no onibus e irem se para lugares vazios, não, param tudo na porta, e vc quer entrar e nao consegue. Ai o que rola: o motorista fecha a porta na sua perna.... Uma beleza....

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Eu adorei texto mesmo, sempre encontramos um espécime desse no ônibus...rsrsrsrs

Abraço

Myucha