quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ainda se anda em círculos?

Quando pequeno, adorava calor. O suor na testa, o rosto queimado. Sensação térmica elevada: brincar. A tarde toda.

Futebol no pelando asfalto. A tampa do dedão sempre no "campo". Canela com canela? Discussão. Às altas horas, dores apareciam. Para curar, faixa na coxa ou cintadas da mãe.

Permissão para encher a piscina. Chato: não se misturavam menino e menina. Percebia-se pudor nas relações sociais (na época, eu não curtia "esse tal 'pudor'"). Cabeça lá no fundo - quem aguentaria mais tempo? Velho sabão-em-pó. Outras dores às altas horas.

Festas de fins de semana. Frio e chuva atrapalhavam (perigo de gripe). Se calor, cada sábado na casa dum amigo. Ninguém podia tomar vinho, cerveja. Mas em esconderijo tudo é possível. Incrivelmente, todos voltavam íntegros para casa. Caso contrário, as dores surgiriam às altas horas.

Namoros escondidos. De novo, pudor social: longe do pai da menina. O meu, do tipo "Vai lá, filhão!". Namorico de piá de quinze anos: garanhão: o melhor drible; mais tempo no fundo d'água; quem bebia mais. Processos de conquista...

O calor intenso continua, mas não mais o acho divertido. Não preciso de namoradinhas. Estou sem tempo para futebol na rua. A piscina secou. E falta liberdade para correr sem responsabilidade, cantando. Por aí.

6 comentários:

Camila Xavier disse...

calor de mais... post bonito... apesar dos namoricos da infancia... Eu digia que hoje, pra desfarçar o desejo do banho de mangueira, a gente da banho nos cachorros. rsrs.

Marina disse...

"E falta liberdade para correr sem responsabilidade, cantando." É exatamente isso.

Manu disse...

Muito legal...
Retrata bem, gostei bastante.
Só vamos mudar este template, dar uma cara moderna.
Acessa ai:
www.starttube.blogspot.com
O melhor do da internet !

Unknown disse...

Isso me fez lembrar da minha infância querida que os anos não trazem mais..

Lindo Mozão


beijos, Mar.

Husk disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Imaginária liberdade disse...

Estou aproveitando a minha (imaginária)liberdade.