Os atletas brasileiros tornam-se Atlas. Levam o Pan nas costas pois, do governo, só recebem aperto de mão (e alguns apertos indiretos...). Mas com relação às vaias e aplausos ou à gritaria e silêncio (da torcida, claro), isso realmente é muito pessoal.
Alguns competidores, como os da natação, deixaram claro que o agito os ajuda. As meninas da ginástica não curtiram o barulho. No tênis, o silêncio é imprescindível. Enquanto que o futebol tem como décimo segundo jogador a torcida fervente. Inviável é, claro, sair perguntando "Amigo atleta: silêncio ou baderna?". Mas com um pouco de bom senso a gente consegue perceber quais modalidades permitem uma extrapolação de ânimos.
Em minha pessoalidade, detesto o lance de vaias. Quando a gente acompanha a seleção, o Brasil torna verde-e-amarelo todos os países por que passa. Em 70, no México, por exemplo, dos 107.000 torcedores que acompanharam a final da Copa do Mundo, apenas uma meia dúzia vibrou pela Itália; os mexicanos adotaram a seleção canarinho! Por que, então, a gente hostiliza tanto os atletas estrangeiros (a lutadora de taekwondoo mexicana, por exemplo)? Por quê? Em 1994, nos Estados Unidos, novamente a Itália sofreu com o apoio "torcedoral" ao Brasil. Detalhe: não foram vaias que abalaram os jogadores italianos. Treze anos depois, os atletas estadunidenses, em vez de harmonia, só faltam receber bananas na cabeça.
(Às vezes, um "Brazil!" bem gritado - e no momento certo - ajuda bem mais que um monte de bicos em "u".)
Mas ainda há um outro agravante: a televisão. Hoje, quando li na Folha de São Paulo que a emissora do Marinho-Kane perdeu 30% de audiência (de 2006 pra cá), fiquei momentaneamente contente. Depois, entristeci: no fim das contas, uma outra rede vai continuar com a poluição midiocrática... O ideal é uma revolução no jornalismo brasileiro. Os canais não se preocupam com a instrução do povo. Simplesmente, incentivam vaias e gritarias desnecessárias. Inclusive, não ignoro quem ache que o espírito do Roberto manipula o povo que está nas arquibancadas! Porque, pela televisão não há dúvidas da virtuosidade que proporciona.
Pra encerrar, chamou-me a atenção (além dos episódios descritos) o Oscar, hoje, como líder dos baderneiros. Que falar disso? Após ver um ídolo esportivo aos gritos de "Vai cair, Chile, vai cair... uuu...", normal que a platéia "anônima", já iludida pela Globo, siga os passos do (ex)basqueteiro. De doer também. Os atletas Atlas muitas vezes não se mantêm nesse posto.
Um comentário:
Vaiamos sim,não o prefeito,o presidente, o governador. Vaiamos toda toda a classe, essa sim sem classe nenhuma, dos políticos que fazem festa com nosso dinheiro e nossa paciência.E ainda têm a cara de pau de querer aparecer.Assista outro canal a `Boblo` só fala asneira.E se sentir falta assista a Record mesmo discurso, ex-jornalistas `boblo` e novela.
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